Comunicação, colaboração, foco
Portugal tem muitas estrelas, mas terá uma boa equipa para vencer o Euro 2024?
No artigo “Porque as Equipas Não Funcionam” de Diane Coutu e Carol Kinsey Goman, publicado na Harvard Business Review, encontram-se algumas respostas aos desafios comuns que assolam as equipas.
Um dos principais desafios destacados no artigo é o problema da dinâmica interpessoal dentro das equipas. Apesar da crença de que reunir indivíduos com origens e conjuntos de competências diversos levará naturalmente à sinergia, a realidade é frequentemente muito mais complexa. As autoras apontam que conflitos interpessoais, lutas de poder e falhas de comunicação frequentemente surgem, prejudicando a colaboração e minando a coesão da equipa. Além disso, a prevalência do pensamento de grupo – um fenómeno em que o desejo de consenso prevalece sobre o pensamento crítico – pode sufocar a criatividade e a inovação dentro das equipas, levando a uma tomada de decisão subótima.
Exemplo da Seleção Nacional Portuguesa
Pegando na questão “Portugal tem muitas estrelas, mas terá boa equipa para vencer o Euro 2024?”, podemos observar a história da seleção nacional portuguesa. Composta por alguns dos melhores jogadores do mundo, como Cristiano Ronaldo, Bernardo Silva, João Félix e Bruno Fernandes, Portugal enfrenta desafios semelhantes aos das equipas discutidas por Coutu e Goman. Apesar de terem talentos individuais de renome mundial, a equipa nem sempre conseguiu traduzir esse potencial em sucesso coletivo consistente. Egos elevados, dinâmicas interpessoais complexas e falta de clareza em papéis e objetivos têm sido obstáculos frequentes para a coesão e colaboração eficaz. Neste Euro 2024, ficamos atentos a Robert Martinez e às suas capacidades de gestão de equipa.
Os principais obstáculos
Outro obstáculo significativo para o trabalho em equipa eficaz é a falta de clareza e alinhamento em torno de objetivos e papéis. Sem um entendimento partilhado de objetivos e expectativas, os membros da equipa podem encontrar-se a trabalhar em direções opostas ou a duplicar esforços. Além disso, a ambiguidade em relação às responsabilidades individuais pode levar à confusão e frustração, erodindo a confiança e a responsabilidade dentro da equipa. As autoras também salientam a importância da liderança na promoção do trabalho em equipa bem-sucedido. Um líder competente e de apoio pode fornecer orientação, facilitar a comunicação e mediar conflitos, criando assim um ambiente propício à colaboração e ao alto desempenho. No entanto, quando a liderança é insuficiente ou ineficaz, as equipas podem perder-se, sem direção e descomprometidas.
Estratégias para melhorar a eficácia das equipas
Face a estes desafios, há várias estratégias para melhorar a eficácia das equipas. Em primeiro lugar, focar na construção de confiança e empatia entre os membros da equipa, reforçando o valor da comunicação aberta, da empatia e do respeito mútuo. Além disso, salienta-se a importância do estabelecimento de objetivos claros, papéis e expectativas desde o início, garantindo alinhamento e responsabilidade ao longo da equipa. Além disso, está a promoção da diversidade de pensamento e o incentivo ao desacordo construtivo para evitar o pensamento de grupo e fomentar a inovação. Por fim, o papel crucial da liderança na prestação de direção, apoio e orientação para capacitar as equipas a alcançar o sucesso.
O papel das actividades de Team Building
As atividades de Team Building podem desempenhar um papel fundamental para ajudar as equipas a superar estes desafios. Estas atividades são projetadas para fortalecer as relações interpessoais, melhorar a comunicação e fomentar a confiança entre os membros da equipa. Ao envolver a equipa em tarefas colaborativas fora do ambiente de trabalho tradicional, os membros da equipa têm a oportunidade de conhecer melhor uns aos outros, identificar pontos fortes e fracos, e desenvolver uma compreensão mais profunda das dinâmicas de grupo.
De acordo com um estudo publicado na Journal of Applied Behavioral Science, as atividades de Team Building têm um impacto positivo significativo no desempenho da equipa, aumentando a coesão e a eficácia da comunicação (Klein et al., 2009). Além disso, as atividades de Team Building podem revitalizar o moral da equipa, aumentar a motivação e criar um senso de propósito e coesão que se traduz em melhor desempenho no local de trabalho.
Conclusão
Embora as equipas possuam um grande potencial para impulsionar o sucesso organizacional, a sua eficácia muitas vezes é diminuída pela variedade de desafios, incluindo conflitos interpessoais, ambiguidade de objetivos e liderança inadequada. Reconhecendo e encarando estes problemas de frente, e incorporando atividades de Team Building para fortalecer as relações e a comunicação, as organizações podem cultivar a colaboração e trabalho em equipa que impulsione a inovação, a produtividade e o sucesso.
Referências:
Coutu, D., & Goman, C. K. (2009). Porque as Equipas Não Funcionam. Harvard Business Review.
Klein, C., DiazGranados, D., Salas, E., Le, H., Burke, C. S., Lyons, R., & Goodwin, G. F. (2009). Does team building work? Small Group Research, 40(2), 181-222.